quinta-feira, 7 de novembro de 2019

78 NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI: A POLÊMICA CONTINUA

78-NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI: A POLÊMICA CONTINUA


O poema "#No_caminho_com_Maiakóvski", pelo que eu entendi até agora, foi atribuído a Maiakóvski por 30 anos. 

Após #Brecht ter feito outro bem parecido, há muitas outras variantes feitas por muitos outros poetas. 

O próprio #Eduardo_Alves_da_Costa parece ter plagiado um poeta alemão chamado #Martin_Niemöller. 

Então, na verdade, Eduardo e #Brecht plagiaram o alemão Martin Niemöller, que por sua vez parece sim ter plagiado o #Maiakóvski, logo, o poema é de fato de #Vladmir_Maiakóvski, pelo menos o trecho que de fato roda o mundo. 

O que Eduardo Alves da Costa tem de diferente é que pegou o poema, pôs o nome de Maiakóvski no título, por acaso ou não, e o colocou como uma estrofe, escrevendo mais 5 estrofes, 1 antes e 4 depois da que é conhecida.

Das partes desconhecidas ele parece ser de fato autor, bastaria por aspas na parte do alemão #Niemöller (que ele e Brecht parecem ter plagiado), que na verdade era mesmo de #Vladmir_Maiakóvski.

Assim como La Fontaine parece plagiar Fedro e este a Esopo; assim como Galileu apaga o que pega de Copérnico e este apaga Aristarco de Samos que por sua vez apaga Ptolomeu Sóter, que por sua vez pegou muita coisa de outros, assim como Roma imitou todos os povos que pode, do mesmo modo que Paulo Coelho plagia também todo mundo. 

Do mesmo modo, plagiaram Maiakóvski, mas a obra neste caso voltou ao autor sem querer e agora estão tentando tirá-la de novo por causa de uma novela da #Globo e do Jornal #Folha_de_São_Paulo.

"NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI - POEMA COMPLETO


Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer 
por andar ombro a ombro 
com um poeta soviético. 
Lendo teus versos, 
aprendi a ter coragem. 
Tu sabes, 
conheces melhor do que eu 
a velha história.



Na primeira noite eles se aproximam

e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

Nota do editor: em negrito, o "fragmento" que corre o mundo, belíssimo, desse poema de Eduardo Alves da Costa. Acima, o poema inteiro.(...) " (Recanto das Letras: http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5655034)

"(...) Agora lhes falo de um outro poema, a rigor um trecho de sermão, ou prédica, de um pastor luterano, alemão, da época do nazismo, Martin Niemöller, ao que parece de 1933 (o poema). Encontrei, via www.google.com, os seguintes textos:

1º) Zuerst kamen sie für die Kommunisten, und ich war nicht Kommunist, und da hab ich nichts gesagt und nichts getan, und dann kamen sie für die Gewerkschaftler, und ich war kein Gewerkschaftler,und sie kamen für die Sozialdemokraten, und sie kamen für die Katholiken, und sie kamen für die Juden, und ich war keiner von denen, und dann kamen sie für mich, und da war keiner mehr, der schreien konnte. 

2º) Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar.

3º) Quand ils sont venus chercher les communistes, je n'ai pas bougé : je ne suis pas communiste. Alors, ils sont venus pour les syndicalistes et je n'étais pas syndicaliste; Et ils vinrent pour les Sociaux-Démocrates, et ils vinrent pour les catholiques, et ils vinrent pour les juifs, je n'étais aucun de ceux-là; Quand ils sont venus pour moi, il n'y avait plus personne pour faire le cercueil

4º) First they came for the Communists, and I didn’t speak up, because I wasn’t a Communist. Then they came for the Jews, and I didn’t speak up, because I wasn’t a Jew. Then they came for the Catholics, and I didn’t speak up, because I was a Protestant. Then they came for me, and by that time there was no one left to speak up for me. (...)

Consta que Brecht também teria visitado o texto de Niemöller. Maiakóvski, não. Morto Maiakóvski em 1930, é até admissível que seja o contrário, Niemöller é que teria visitado o poeta russo. (...)

Não basta ler o que se diz nas fontes, eu li nas entrelinhas, achei exatamente as provas que o texto original é de fato de Vladmir Maiakóvsk, e não me parece nem um pouco que o escritor Eduardo Alves da Costa não soubesse disso, muito pelo contrário, parece profundamente que ele quis pegar uma alavanca no nome do poeta famoso e vem dando cada vez mais certo, afinal, não param mais de falar dele e irão falar novamente após ler isto.

Geralmente na História o que parece ser coincidência demais tem um nome: PLÁGIO. Os historiadores mais amadores e as mentes mais destreinadas pensarão em "paralelismo histórico", o fado é que a difusão cultural é, via de regra, cientificamente mais provável. E algumas difusões culturais são nada além de um belo e completo PLÁGIO e nada mais.

Aroldo Historiador 
31/03/2017
Fonte:

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