27-OTAVIANO AUGUSTO CÉSAR: XAMÃS, DARIO E O ESTRANGEIRO DE STONEHENGE
A arte, belas-artes, segundo o Dr. Nigel Spivey, historiador e apresentador da série "Como a arte moldou o mundo", quando usada como enfeite, nos coloca acima das pessoas comuns.
Assim, um estrangeiro, advindo da Europa central, segundo os arqueólogos que os encontraram, pode governar na Mesopotâmia, a cidade de Stonehenge, virando rei, graças a peças de ouro em suas roupas e cabelos.
As imagens das cavernas do período ágrafo, ou o dito pré-histórico, foram criadas em momento de alucinação, segundo, historiadores, paleontólogos e psicólogos. Os artistas reproduziam aquilo que viam:
1o Animais sagrados
2o Pontos e quadrados
Animais sagrados por que era nisso que eles criam, e possivelmente, pintava-se após ritos religiosos. Pontos e quadrados por que é isso que se vê após um longo período de fome, calor, escuridão ou uso de alucinógenos, fato comprovado pela neurociência, e tudo isso era comum.
Os xamãs da Índia ainda tomam alucinógenos em ritos religiosos. Talvez esses pajés fossem os autores das pinturas. Quem pintava ficava um longo período em cavernas quentes, escuras e de difícil acesso.
Os homens nos desenhos tinham algum atributo do animal representado, como cabeça, patas, chifres, etc. O que significa que o animal em questão lhes transmitiam algum poder, como a cura, para ser usado quando retornarem de seus transes.
Em Persépolis, na Pérsia ou Irã, Mesopotâmia, o rei Dario funda o 1° império, governando sobre povos diferentes. Escreveu mensagens para aumentar seu poder. Acontece uma revolução artística.
Uma vez por ano o soberano de cada nação governada por Dario era convocado a uma audiência com o rei. A arte foi usada para transmitir sua mensagem por meio das imagens que mostravam cenas felizes.
Uma espécie de alt-door para o povo foi construído na estrada principal em que Dario segurava um arco. A idéia subentendida de que um bom arqueiro precisava de boa visão e equilíbrio, faz crer que o governante em questão tinha bom senso. Eis o 1° logotipo político.
No século IV, Alexandre da Macedônia, um reino grego independente, repleto de guerreiros, derrota os persas, tomando a cidade de Persépolis.
O túmulo secreto de Felipe, pai de Alexandre, é encontrado por arqueólogos gregos, o único não saqueado. Tinha muito ouro e peças de marfim esculpidas, fragmentos que juntos formavam o rosto de Alexandre, sua primeira imagem já descoberta.
A imagem política, de outra revolução artística, produzida antes mesmo da primeira batalha, era para dominar o mundo.
No monte Vesúvio, cujo vulcão enterrou Pompéia, foi achada uma imagem, hoje se encontra em museu, de Alexandre sem capacete, destemido em batalha contra os persas. O rei persa em pânico. Eis o 1° cartaz político.
Num conflito de valores, no qual Alexandre estava predisposto à vitória, usando assim sua imagem para persuadir o povo a acreditar que ele era invencível, com capacidade suficiente para vencer o rei persa.
O poder do rosto supera o do logotipo, por isso, centenas de estátuas de Alexandre foram espalhadas pelo império. Pôs seu rosto em moedas, uma cabeça de perfil muito parecida com a sua. Forjou, para isso, 30 fábricas.
Hoje, a tecnologia digital é usada pelos políticos para contar as mesmas mentiras, a fim de manipular a massa, como fez Otaviano Augusto César.
Roma via e expressava as visões políticas pelas vestimentas. Os republicanos usavam roupas tradicionais, pois suas famílias estiveram no poder por muito tempo e temiam o imperador. Os monarquistas, por outro lado, usavam roupas exóticas, eram mais ricos e apoiavam Augusto, desejando que ele virasse rei.
Otaviano Augusto temia ser assassinado, então, precisava recriar sua imagem, para persuadir os republicanos a apoiá-lo. Chama os melhores escultores.
A imagem que aprova, finalmente, não tinha cabelos longos, que os monarquistas adoravam e os republicanos odiavam. Foi um busto copiado por todo o império. Sua estátua tem cabelos curtos e pés descalços, simbolizando humildade.
Mais que isso, era um poderoso general com peitoril militar e braço esticado sem lança, representando comando político. No centro de seu peitoril adornado, as imagens são de Augusto derrotando os parcos, inimigos declarados de Roma, com os deuses apontando para ele em tom de aprovação.
Era a pax romana, que até os deuses aprovavam, pois, o unificador de Roma e salvador de seu povo, era um herói enviado pelos próprios deuses para gerar um sistema de ditaduras que durou 400 anos.
Otaviano era um rei em tudo mesmo que assim não fosse chamado. Enganou o povo usando as belas-artes, como ainda hoje o fazem.
Aroldo Historiador
14/06/2009
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