7-A GUERRA DOS “BÁRBAROS” & MONTE E FEITOSA
A GUERRA DOS “BÁRBAROS”
A guerra dos bárbaros é uma confederação entre índios Jês ("Tapuias"): Baiacus, Icós, Anacés, Acriús, "Canindés", Jenipapos, Trernembés, Quixelôs, Jaguaribaras, Arariús, Crateús, Janduins, etc,
Do final do séc XVII à segunda década do próximo, com mais de trinta anos durando essas batalhas a destruir tudo o que os invasores europeus construíam, nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Parnaíba e Ceará.
Combateram tropas vinda até de São Paulo com Matias Cardos, João Amaro Maciel, Domingos Jorge Velho, Fernão Carrilho, Manuel Alves de Morais Navarro e João de Barros Braga.
Combateram os europeus que a seu lado tinham até tribos inteiras dominadas e “amansadas”, escravos e criminosos que teriam suas penas perdoadas ou amenizadas.
MONTE E FEITOSA
Duas famílias chegadas ao Ceará em conflito, uma vinda de Alagoas, os Montes, a outra advinda de Sergipe. Por volta de 1710 a 1720 se envolveram em confronto, cometiam incêndios, assassinatos de índios e vaqueiros, saques, emboscadas e confronto aberto.
José Mendes Machado, interventor do Ceará, o Tubarão, tomou o partido dos Feitosa. Formou aliança com Francisco e Lourenço Feitosa para capturar Francisco Monte, no Crato (ou Cariri Novo), e saquearam, sequestrando mulheres e negros e assassinando.
Os Monte uniram-se aos índios Inhamuns e os Feitosa aos Jucás, Jenipapos e Cariús.
Manuel Francês, chefe da capitania interveio em 1725, quando a guerra se amenizou.
Ao que tudo indica, os Feitosa continuaram ricos e os Monte empobreceram. Mas os perdedores de fatos foram os indígenas que nada tinha a ver com a questão.
Aroldo Historiador
2009
Fontes:
ARAÚJO, Soraya Geronazzo. Quem tem medo dos bárbaros? Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, a. 4, n. 46, p. 64-67, jul. 2009.
BITTENCOURT, Circe (Org.). Dicionário de datas da História do Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2012.
GUERRA dos Bárbaros <https://www.editoracontexto.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/08/BrasilAntigo-809x499.gif>.
PIRES, Maria Idalina. Guerra dos Bárbaros – O terrível genocídio que a História oficial não conseguiu esconder. Disponível em: <https://www.editoracontexto.com.br/blog/guerra-dos-barbaros-o-terrivel-genocidio-que-a-historia-oficial-nao-conseguiu-esconder/>.
PUNTONI, Pedro. A Arte da Guerra no Brasil: tecnologia e estratégia militar na expansão da fronteira da América Portuguesa, 1550-1700. Novos Estudos, n. 53, p. 189-204, mar. 1999
SILVA, Kalina Vanderlei. Rumo ao sertão: a guerra dos bárbaros e a expansão do Brasil. Revista Continente, a. 9, p. 39-41, jul. 2009.
VERARDI, Cláudia Albuquerque. A Guerra dos bárbaros: índios tapuias versus colonizadores portugueses. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/>.
https://pib.socioambiental.org/pt/L%C3%ADnguas
Anexo:
"Dessas vilas partiram homens que, empurrados pela Coroa portuguesa e pela elite canavieira, fizeram guerra aos povos indígenas nos interiores daquelas capitanias, terminando por conquistar o sertão e ajudar na formação de uma nova sociedade colonial. (SILVA, 2009, p. 39).
A Guerra dos Bárbaros mais se aproximou de uma série heterogênea de conflitos entre índios e luso-brasileiros do que de um movimento unificado de resistência. Resultado de diversas situações criadas ao longo da segunda metade do século XVII, com o avanço da fronteira da pecuária e a necessidade de conquistar e “limpar” as terras para a criação de gado, esta série de conflitos envolveu vários grupos e sociedades indígenas contra moradores, soldados, missionários e agentes da coroa portuguesa. (PUNTONI, 1999, p. 196).
Em 1708, o governador de Pernambuco, Manoel de Sousa Tavares, teve mais uma prova de como era terrível guerrear contra eles. Em carta ao Conselho ultramarino – Órgão do governo responsável pelas colônias portuguesas -, relatou que os tapuias, não satisfeitos em destruir fazendas e matar seus moradores, invadir igrejas e derrubar as imagens sacras, eram capazes de atos cruéis e desumanos, como fizeram com o padre Amaro Barbosa, de quem arrancaram o coração! (ARAÚJO, 2009, p. 65).
Essa imagem reforçou os argumentos do conquistador de impetrar uma “guerra justa” para extirpar os “maus” costumes nativos, satisfazendo tanto as necessidades de utilização de mão de obra pelos colonos quanto à garantia aos missionários do sucesso na imposição da catequese. O resultado foi a criação de dispositivos legais que legitimavam uma guerra de extermínio. (PIRES, 2015, p. 3).
Em 1690, frei Manuel da Ressurreição, que ocupava interinamente o governo-geral do Brasil, decidiu adotar mudanças radicais na estratégia de guerra, para finalmente dar cabo dos tapuias nas capitanias do Norte. (ARAÚJO, 2009, p. 67).
Embora tenha tido uma longa duração, cerca de setenta anos, e tenha sido contemporânea à existência do quilombo dos Palmares, a Guerra dos Bárbaros pouco aparece na historiografia, sendo praticamente desconhecida. A omissão dessa guerra nos livros didáticos e os raros livros de estudiosos especialistas sobre o episódio revelam o desprezo dado ao tema da resistência indígena e do violento processo de conquista lusitano no sertão nordestino. (PIRES, 2015, p. 2)."
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