quarta-feira, 6 de novembro de 2019

60-PACOTI: ERRO HISTÓRICO E EMANCIPAÇÃO

60-PACOTI: ERRO HISTÓRICO E EMANCIPAÇÃO

Os primeiros habitantes do maciço de Baturité foram os povos Jês, hoje conhecidos como o povo Macro-Jê, que se estende até o Paraguai através do Rio Grande do sul. No Brasil os jês são também conhecidos como Tapuias, que significa ao pé da letra "não Tupi"; eles foram expulsos do litoral pelos tupis. Também são chamados de "bárbaros" por falarem uma língua própria diferente da língua Tupi.

Muito provavelmente durante a chamada "Guerra dos Bárbaros" os jês do maciço desceram para o litoral e, provavelmente, a maioria não voltou. Uma das provas disso seria na Serra do Evaristo, hoje uma comunidade quilombola, ter sido antes uma tribo nunca antes descoberta e que não voltou ao local para reabitá-lo.

Também é provável que os que voltaram tenham sido aprisionados em aldeamentos, o que era a regra no Brasil. Dentre as tribos jês estão os baturetês, tremembés, jenipapos e paiacus ou baiacus.

Mas, a história dos jês é mais antiga ainda e se espalha por todo o Brasil e além do Brasil na verdade. Agora chamados de Macro-Jês. Quem quiser saber mais leia ainda na Coluna Clio o artigo SOBRE A ORIGEM DOS JÊS do historiador de Pacoti Aroldo Filho pelo link a seguir: https://ooraculodeclio.blogspot.com/2019/11/49-sobre-origem-dos-jes.html

O homem branco começou oficialmente a subir o maciço em 1822, séc XIX. Nessa época também começaram a ocupar as partes mais altas, onde existe a serra: Pacoti (Pendência) , Mulungu, Guaramiranga (Conceição), Palmácia (Palmeiras) e Aratuba (Coité)

Na serra foram implantadas atividades de roçado, principalmente café, atualmente cotado entre os melhores do mundo. A serra servia de abrigo para retirantes das secas nos sertões do Ceará e também para os senhores que podiam em sítios comprados a fim de construir casas provisórias para os piores períodos de escassez.

Um dos principais sítios chamou-se Pendência, que veio a se tornar povoado e depois distrito policial em 1863. Pendência foi elevada á categoria de vila (cidade) pelo decreto estadual nº56, de 2 de setembro de 1890, recebendo o nome do rio que a corta, Pacoti.

A lei municipal nº37 de 31 de dezembro de 1949 estabelece o 2 de setembro como feriado local.

Em 1890 tendo distrito policial, câmara de vereadores e conselho de intendência (que hoje seria a prefeitura.) estava apta a virar vila (cidade). Conta-se daí, então, sua emancipação política ou independência.

Ao longo de sua história Pacoti, assim como outras várias cidades do Ceará, recebeu supressões (perda da independência) nos intervalos de 1899-1901 e 1931-1938. Sendo re-emancipado pela ultima vez pelo interventor do Ceará Menezes Pimentel que incorporou ao seu território localidades das quais tirou a independência: Conceição (Guaramiranga), Mulungu e Coité (Aratuba), sendo este o motivo da contagem do café de Pacoti ser tão grande e também ser grande a população atribuída a Pacoti segundo o IBGE dos anos 1940.

O decreto estadual nº 448 de 20 de dezembro de 1938 simplesmente re-emancipou Pacoti, sendo um equívoco histórico a tal "concessão", o tal "título de cidade", pois já era cidade desde 1890.

Em 1964 foram criados os distritos de Santana, Fátima e Colina.

Para melhor entender: Em 1890 vila significava cidade, o que em 1938 foi somente revalidado e mais tarde houve um equívoco em uma gestão administrativa de Pacoti onde oficialmente se conta a idade de Pacoti com 48 anos a menos ainda hoje, embora o equívoco já tenha sido desfeito pelo historiador de Pacoti Aroldo Filho em um trabalho de faculdade em 2008, inclusive publicando um questionamento no Jornal Delfos em sua impressão nº 2.

Depois, mais uma vez re-explicado através da exposição Pacoty: uma História em documentos, através da Associação Cultural SEMPRE (Segmento de Estudiosos da Memória e Patrimônio Regional da Serra de Baturité), que esteve exposta por mais de 1 ano no Campus Experimental da UECE em Pacoti com grande apoio e acolhida da pró-reitora na época Dr.Lúcia Helena Fonseca Grangeiro.

Muitos ainda insistem em não entender que se conta a partir de 1890 a emancipação política de Pacoti.


Aroldo Historiador
21/01/2015

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