“Eu ia constantemente à Nasa para termos colaboração e podermos usufruir de benefícios dos projetos deles. Eu vi lá fora os pesquisadores todos aprumados e entendi que aqui tínhamos que mostrar esse zelo. Não existia uma cartilha sobre ‘como criar um instituto’, então visitei institutos no exterior e aprendi fazendo”.
Fernando de Mendonça foi Diretor do INPE de 1963 a 1976 e é o pai do PEB-Programa Espacial Brasileiro.
“Até hoje as coisas são muito arrumadas no INPE. E a participação do INPE foi importante no esforço para entender fenômenos espaciais. O Instituto começou com a área de ciências espaciais e depois houve uma migração aos poucos para a área de aplicações, como ocorreu no mundo todo” (Luiz Gylvan Meira Filho- Ex-diretor científico, chefiou áreas de meteorologia e observação da Terra e atual membro do Conselho Técnico-Científico do INPE.)
“Dr. Mendonça criou uma equipe com vários especialistas, dada a multidisciplinaridade do sensoriamento remoto. Levava todos os inpeanos a sonhar com ele”.(Mário Valério Filho-acompanhou as primeiras pesquisas na utilização de imagens de satélites no INPE).
“Apesar de aposentado, continuo vindo. Nunca deixei de trabalhar porque fui enfeitiçado pelas ideias do Dr. Mendonça”
(Ivan Jelinek Kantor-está no INPE há 48 anos, é membro da 1ª turma do curso de pós-graduação em Ciência Espacial)
Ele demonstrou que havia ampla razão para investir em meteorologia, observação da Terra e até educação” (Aydano Barreto Carleial- atuou na Engenharia Espacial do INPE e no estabelecimento de projetos nesta área)
“Ele tinha garra, sensibilidade e determinação, ao mesmo tempo em que era muito exigente e até intransigente. Mas era um incentivador do aprendizado, que proporcionou o crescimento das pessoas”. (Neusa Maria Dias Bicudo- participante do projeto SACI [Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares])
“Ele teve destacada atuação para montar a OS (Organização Social) para restaurar o Parque Vicentina Aranha”. (Luiz Paulo Costa- jornalista e ex-vereador de São José dos Campos.)
“Ele continua batalhando pelo desenvolvimento do País”. (Roberto Tamlyn de Mendonça- filho).
Nascido em 2 de dezembro de 1924 na cidade cearense de Guaramiranga, ingressou na Força Aérea Brasileira (FAB) em 1943 e, dez anos depois, no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) para cursar Engenharia Eletrônica.
Em 1958 graduou-se com menção honrosa “summa cum laude” - concedida aos alunos do ITA que obtêm média superior a 9,5 em todas as matérias – e partiu para o doutorado em Ciências Espaciais na Universidade de Stanford (PhD with Honors) e atuou como pesquisador visitante nos Estados Unidos com apoio da NASA.
Na década de 1950 desenvolveu o projeto que resultou no GOCNAE (Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais), órgão criado em 1961 e que deu origem ao INPE.
À frente do INPE até 1976, foi responsável pela formação de recursos humanos e por projetos em diversas áreas (monitoramento do meio ambiente, meteorologia, ciências espaciais, engenharia, capacitação industrial...).
Depois de passar pelo
CTA/
IPD fez seu doutorado em Radiociência pela Universidade de Stanford, onde foi professor associado.
Foi Diretor Científico do GOCNAE.
Como representante do CNPq junto à NASA, manteve contatos fundamentais no processo de criação do
INPE.
Foi o 1º diretor do INPE, onde o Auditório do Laboratório de Integração e Testes leva o seu nome.
Biografia:
1924- Nasceu em 2 de dezembro de na cidade de Guaramiranga-Ceará.
1937/41 - Conclui Ensino Médio no Liceu do Ceará.
1943- Obteve o brevê de piloto privado no aeroclube local, ingressando na
FAB (Força Aérea Brasileira).
1945/48- Depois de passar pelo Rio de Janeiro e por um curso de aviador naval na Marinha Norte-Americana, foi declarado Aspirante Aviador da Reserva.
Foi designado para o grupo de Bombardeio do Recife.
Fez o curso teórico regular da
AFA na então Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.
1948/51 - Chefia e colabora na organização do serviço de inspeção e exames para pilotos civis na Diretoria da Aeronáutica Civil .
1951-Entra na Escola de Aeronáutica no Campo dos Afonsos (RJ).
1954-Completa o curso teórico em janeiro, em 2º lugar (entre mais de 100 oficiais).
1954/58- Graduou-se em Engenharia Eletrônica do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) com "
Summa Cum Laude"(maior prêmio do ITA para quem só tira nota acima de 9,5 em todas as disciplinas).
1957- Fernando de Mendonça e Júlio Alberto Coutinho montam a estação Minitrack Mark II para receber sinais dos satélites do "Projeto Vanguard".
1958- É promovido à Primeiro Tenente.
Juntamente com Júlio Alberto Coutinho recebe o prêmio máximo da Shell por planejar e construir a Minitrack Mark II.
1959- Recebe a bolsa da Capes para a Universidade Stanford.
1961- Recebe o título de PhD no campo de Radiociência. com menção especial do em sua tese do Comitê de Estudos da Pós-graduação da Universidade de Stanford.
Seus estudos experimentais do curso de doutorado tiveram o apoio da NASA.
Foi destaque na década de 1960 pela revista "Vectors" como responsável pelo avanço das telecomunicações no Brasil, em especial na área de tele-educação.
Cria o GOCNAE (Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais), órgão que deu origem ao INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
1962- Vira associado de pesquisa no laboratório de Radiociência da Universidade de Stanford, participando do programa científico da NASA.
Representa a CNAE (Comissão Nacional de Atividades Espaciais) nos Estados Unidos, preparando o programa de pesquisa científica e submetendo propostas para organizações do governo americano.
Formou equipes e iniciou o laboratório de Física Espacial da CNAE.
1963- Foi promovido a capitão engenheiro de aviação.
Auxiliou a Força Aérea na criação de um grupo de estudos e projetos especiais, tendo como resultado a construção da Base de Lançamento de Foguetes da Força Aérea no Rio Grande do Norte.
Foi Diretor Científico da CNAE.
1963/76- Foi o 1º Diretor Geral do INPE.
Treinou um grupo de pesquisadores brasileiros em Física Espacial. (Em sua homenagem, o auditório do LIT (Laboratório de Integração e Testes) do INPE leva o nome de Fernando de Mendonça).
1965- Obteve da NASA o equipamento para a base de lançamento de foguetes e treinou os membros do GETEPE e CNAE nos laboratórios da agência espacial estadunidense.
Organizou o Segundo Simpósio Internacional em Aeronomia Equatorial (sediado em São José dos Campos, reunindo mais de 100 cientistas, de 20 países), obtendo recursos estrangeiros para tal empreendimento.
1966- Expande projetos e novos programas de cooperação nos Estados Unidos (GRANADA, POEIRA, EXAMETNET, NEUTRON, AEROBEE) e na Alemanha (teste do Satélite Alemão). Tais projetos estavam sendo executados na Base de Lançamento de Barreira do Inferno.
Coordena as atividades no Brasil de Observação do Eclipse total Solar em 12 de novembro.
500 técnicos participaram do evento.
Foi condecorado com medalhas por tempo de serviço (pela companhia no Atlântico Sul) e Mérito Santo Dumont (prêmio da Força Aérea Brasileira e mérito da Aeronáutica).
Promoveu o intercâmbio de cientistas na América Latina e publicou vários artigos.
1967- Coloca em execução um programa em colaboração com a França e coordena um programa para aplicação de sensoriamento remoto no Brasil.
1976/77- De outubro de 1976 a fevereiro de 1977 estagiou no IIASA (International Institute for Applied Systems Analyses), em Viena (Áustria).
1977/82- Após deixar o INPE, foi Diretor Executivo da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
Dirigiu a formação de centenas de doutores na Alemanha para o Programa Nuclear Brasileiro.
1983- Atua no setor privado, na área de telecomunicações via satélites e representações no setor espacial.
1988- Criou sua própria empresa no setor de telecomunicações via satélite.
Um de seus atuais projetos é criar Instituto de Fotossíntese Artificial no Ceará, outro é fazer com que o Brasil tenha um ganhador do Prêmio Nobel até 2036. Está selecionando talentos para estudar no exterior em parcerias com universidades dos Estados Unidos para receber jovens brasileiros.
“Sou teimoso e não desisto. Tem que sonhar grande. Vamos chegar lá!”
Membro das seguintes organizações:
Academia Nacional de Engenharia
American Geophysical Union
Comité Interamericano de Pesquisas Espaciais
Clarc Y Fe-Conselho Latino Americano de Raios Cósmicos e Física Espaciais (Secretário Executivo)
IEEE-Institute of Electrical and Electronic Engineers
Sociedade Paulista de Engenheiros de Rádio
Sociedade do SIGMA XI
Comitê Brasileiro para o Ano do Sol Calmo
Comitê Internacional para o Ano do Sol Calmo (Representante na América Latina)
Grupo Executivo da Comissão Nacional de Atividades Espaciais
American Society of Advancement of Science
Comitê organizador do Simpósio Internacional da Astronomia Equatorial (Secretário Geral)
American Meteorological Society
Comissão brasileira de Astronomia
Comissão Nacional para Estudos do Eclipse (Coordenador Geral)
EXAMETNET-Comitê Executivo da Cadeia Internacional para Lançamento de Foguetes Meteorológicos (representando o Brasil)
U.R.S.I.– União Rádio Científica Internacional (Coordenador do Brasil)
Conselho de Administração do Parque Tecnológico (de São José dos Campos)
Instituto Municipal de Desenvolvimento (de São José dos Campos)
AJFAC-Conselho de Administração da Associação Joseense para Fomento da Arte e Cultura (Presidente)
Medalhas e Honrarias
Prêmio máximo da Shell (Minitrack Mark II)
Ordem do Mérito Aeronáutico
Comendador da Ordem de Rio Branco (Ministério das Relações Exteriores)
Medalhas por tempo de serviço, pela companhia no Atlântico Sul
Medalha Santos Dumont
Medalha da Abolição (Governo do Estado do Ceará)
Prêmio Força Aérea Brasileira
Ordem Nacional do Mérito Educativo
Ordem do Mérito Cartográfico
Medalha Militar de Serviço
Mérito do Comitê de Ciências e Astronáutica do Congresso dos Estados Unidos da América
Homenagem da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Cidadão Honorário de São José dos Campos (SP)
Homenagem do Ano 2012 da CNI - Confederação Nacional das Indústrias